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Cotidiano

Baixada Santista tem 40 mil estudantes com atraso escolar

Os dados fazem parte do estudo 'Panorama da distorção de idade-série no Brasil', divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)

Caroline Souza

Publicado em 30/08/2018 às 11:18

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Na Baixada Santista, 40.100 - dos mais de 244 mil estudantes matriculados no ensino médio e fundamental das redes municipal e estadual de ensino - têm dois ou mais anos de atraso escolar. Os dados fazem parte do estudo “Panorama da distorção de idade-série no Brasil”, divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e disponibilizados, por município, na plataforma ‘­Trajetórias de Sucesso Escolar’. 

O documento faz parte de um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação, raça, cor, gênero, entre outros recortes. 

A cidade da Baixada com maior taxa de distorção idade-série é a de São Vicente, que tem 21,3% estudantes com atraso escolar; seguida de Praia Grande (18,2%) e Cubatão (16,3%).

Assim como observado no âmbito nacional, em todas as nove cidades da região, alunos do gênero masculino apresentam maior taxa de distorção idade-série. 

“Estar na escola não é suficiente. Garantir o direito à educação significa ofertar oportunidades reais de aprendizagem relevante para todos, sem deixar ninguém para trás. Os mais afetados pelo atraso escolar são meninas e meninos vindos das camadas mais vulneráveis da população, já privados de outros direitos. Por isso, é urgente desenvolver estratégias específicas para alcançar esses diferentes grupos populacionais”, ressalta a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.

 


São Vicente

Na primeira cidade do Brasil, 9.600 estudantes apresentam atraso escolar, representando 21,3% do total de 45.070 alunos das redes municipal e estadual de ensino. Há mais meninos (60,8%), do que meninas (39,2%) em ­atraso. 

Praia Grande

A segunda cidade com maior taxa de distorção idade-série é Praia Grande. São 8.549 (18,2%) de estudantes das redes municipal e estadual de ensino com atraso, sendo 46.972 alunos no total. 
Com relação ao gênero, 62,2% são do masculino e 37,8% do feminino. 

Cubatão

Em Cubatão, a taxa de distorção idade-série é de 16,3%. Dezoito mil seiscentos e sete alunos estudam nas redes municipal e estadual. Destes, 3.033 estão em atraso. 

Sessenta por cento são do gênero masculino e 40% do feminino.

Santos

No município de Santos, 5.443 estudantes estão em atraso, representando 14,9% do total de 36.530 alunos. Quanto ao ­gênero, 61,8% são do masculino e 38,2% do feminino. 

Peruíbe

A taxa de distorção idade-série no município é de 14,1%. São 1.642 crianças e adolescentes em atraso, de um total de 11.645 ­estudantes.

Com relação ao gênero, o estudo aponta para 63,8% meninos e 36,2% meninas.

Guarujá

Em Guarujá, 6.518 alunos - 14% de um total de 46.557 - estão em distorção idade-série no município; 61,2% são do gênero masculino e 38,8% do ­feminino. 

Mongaguá

Na cidade de Mongaguá, a taxa de distorção ­idade-série é de 13,9%. São 1.452 crianças e adolescentes em atraso, de um total de 10.446 ­estudantes. Quanto ao gênero, 63,8% são do masculino e 36,2% do ­feminino.

Bertioga

Bertioga tem uma taxa de distorção de 13,4%. São 1.423 alunos em atraso, de um total de 10.619 estudantes do município. Destes, 61,8% são meninos e 38,2% são meninas. 

Itanhaém

A cidade da Baixada Santista com melhor índice é a de Itanhaém. A taxa de distorção idade-série do município é de 13,3% - 2.440 alunos em atraso, de um total de 18.345 estudantes. Sessenta e três por cento são do gênero masculino e 37% do ­feminino.

Unicef

De acordo com a Unicef, a plataforma é uma estratégia para apoiar municípios e Estados na definição, implementação e avaliação de políticas e ações de enfrentamento da distorção idade-série e superação do fracasso escolar. 

Por lei, aos 4 anos, a criança deve ingressar na educação infantil, aos 6 anos, no ensino fundamental e, aos 15 anos, no ensino médio. No entanto, os dados mostram que esta não é a trajetória de muitas crianças e adolescentes brasileiros.

“Reverter esse quadro é urgente. Crianças e adolescentes com dois ou mais anos de atraso escolar estão mais vulneráveis, por exemplo, à violência, para além da sala de aula. A distorção idade-série pode ser considerada como um termômetro e um indicador de outras situações de violações de direitos que ocorrem na vida dessas meninas e desses meninos”, diz o estudo.

Brasil

No Brasil, há mais de 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e no ensino médio.
Desses, mais de 7 milhões vão à escola, mas possuem dois ou mais anos de atraso escolar. São quase 5 milhões de estudantes no ensino fundamental e mais de 2 milhões no ensino ­médio.

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