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Cotidiano

Artistas de Cubatão ainda lutam por complexo cultural

Tudo depende do impedimento da circulação de caminhões e desapropriações de imóveis no Largo do Sapo

Da Reportagem

Publicado em 04/12/2016 às 10:50

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O Largo vive sob a circulação de caminhões, cujo peso sobre o solo causa impacto nos imóveis do entorno / Matheus Tagé/DL

Assim que tomar posse, em janeiro próximo, o prefeito-eleito de Cubatão, Ademário da Silva Oliveira (PSDB), terá em mãos a possibilidade de tornar concreto dois grandes sonhos da classe artística da Cidade: reassumir as obras do teatro municipal e transformar o Largo do Sapo – tombado pelo patrimônio histórico municipal – em um complexo cultural. Os dois dependem de dinheiro, mas o segundo já ganharia um avanço com uma canetada, que seria a proibição de circulação de caminhões que causam prejuízos às edificações do entorno.                

Quem acredita nisso é o diretor do Teatro do Kaos, Lourimar Vieira, que há anos vem lutando para garantir que no espaço só circulem artistas, cenários, figurinos e outros profissionais, além de materiais relacionados ao mundo das artes.

“Esse local é incompatível com a circulação de veículos pesados. Qualquer pessoa que tem um pouco de sensibilidade percebe a degradação diária do patrimônio. Essa situação se arrasta desde o governo do prefeito Clermont Castor. Basta uma mudança de fluxo para o problema ser 70% resolvido”, afirma Vieira.

O diretor já apresentou um projeto de transformação do Largo em um complexo cultural à Prefeitura. Ele afirma também que um empresário doou um terreno para criação de uma nova via de circulação.

“Mas até agora nada e as edificações continuam tendo rachaduras. Estamos pensando a recorrer ao Ministério Público porque Dom Pedro I passou por aqui. É um local histórico. Falta vontade política para que esse sonho, de 15 anos, se realize, só isso”, afirma o diretor.     

De acordo com Lourimar, além de impedir o tráfego de veículos, a Administração Municipal teria também que desapropriar os imóveis históricos, hoje nas mãos de particulares.

Ele acredita que com vontade política alguns empresários conseguiriam o dinheiro para compra dos imóveis para posterior doação ao município. “Todos os candidatos a prefeito assinaram um termo de compromisso com a classe teatral de Cubatão. Vamos lutar para que não só o eleito cumpra, mas todos ajudem a honrar o compromisso”, finaliza o diretor.

Abaixo-assinado

Em fevereiro de 2015, quando se comemorou 482 anos da Fundação do Povoado de Cubatão, foi entregue um abaixo-assinado à prefeita Marcia Rosa (PT) solicitando a implantação do complexo cultural­.  

O Tombamento do Largo do Sapo compreende a Praça Coronel Joaquim Montenegro, o conjunto de casarios, situado no mesmo endereço sob os números 70, 76, 80, 84, 88, a edificação situada na Praça, cujo uso atual é permitido ao “Teatro do Kaos”, bem como a edificação situada na Avenida Nove de Abril, 1.205, cujo prédio pertenceu a antiga Associação de Socorros Mútuos e foi sede da primeira Prefeitura da cidade como patrimônio histórico municipal.

O Largo do Sapo recebeu este nome no início do século XX por causa da enorme quantidade de sapos que havia no local. Naquela época, ali morava a elite cubatense. Um exemplo disso foi a presença do presidente Washington Luís, que sempre que vinha a Santos parava na residência do casal Bernardo Pinto e Izolina Couto para descansar. No Largo do Sapo também já foi instalado o Porto Geral, nos idos do século XVII, local de grande importância devido ao fluxo de pessoas e mercadorias entre Santos e São Paulo.

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