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Copa do Mundo 2018

Preços disparam na Copa, e hotel na Rússia já cobra R$ 143 o café da manhã

Na média, contudo, não parece haver mesmo uma grande corrida inflacionária gerada pela Copa

Folhapress

Publicado em 16/06/2018 às 00:30

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A Copa do Mundo começou última quinta-feira / Associated Press

A presidente do Banco Central russo, Elvira Nabiullina, disse durante entrevista nesta sexta (15) em Moscou que a Copa do Mundo não afetará a inflação. "A influência será insignificante, concentrada em alguns bens e serviços consumidos por turistas", afirmou.

Ela parece certa. Se estivesse hospedada no Holiday Inn Taganski, hotel de quatro estrelas numa área mais afastada do centro moscovita, descobriria nesta semana que o café da manhã que já custava salgados 1.300 rublos (R$ 78) quase dobrou de preço, saltando para 2.400 rublos (R$ 143) durante o período do torneio. Há relatos semelhantes em quase todos os hotéis da região central da capital.

Na média, contudo, não parece haver mesmo uma grande corrida inflacionária gerada pela Copa. Cervejas que eram vendidas a 300 rublos (R$ 18) em bares da popular rua Piatintskaia há dois meses agora são encontradas a 350 rublos (R$ 21). O problema maior é que elas têm acabado antes do fim do expediente, devido ao alto consumo dos turistas que inundaram o centro da cidade. No pub Molly Gwynn´s, na mesma rua, os proprietários tiveram de servir cervejas em garrafas a temperatura ambiente trazidas de um depósito às pressas na noite de quarta (13).

No geral, contudo, está tudo como antes. Preços em supermercados e nos famosos "produkti", que são populares lojinhas de bairro que se encontram por toda a parte, seguem inalterados -e infinitamente mais em conta do que os praticados em locais turísticos. Uma garrafa de água de 500 ml de marca russa sai em média por 25 rublos (R$ 1,5) no comércio. Em um hotel, o mesmo produto pode sair por 400 rublos (R$ 23).

A inflação controlada é um dos bons fundamentos da economia sob Vladimir Putin. O país enfrentou uma recessão brutal de 2014 a 2016 devido à queda do preço do petróleo, uma das bases de sua carteira de exportação, e teve acesso ao crédito dificultado pelas sanções ocidentais impostas após a anexação da Crimeia da Ucrânia há quatro anos.

O PIB (Produto Interno Bruto) agora se recupera de forma arrastada, navegando entre 1,5% e 2% de alta neste ano. A inflação está em modestos 2,4% anualizados em maio, uma das mais baixas da história pós-soviética. Em dezembro de 1992, no auge da turbulência inicial do governo de Boris Ieltsin, a taxa chegou a estratosféricos 2.333% anuais.

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