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Copa do Mundo 2018

Mudança constante de colchão pode causar lesão sentida por Marcelo

O lateral sofreu um espasmo na musculatura estabilizadora da coluna

Folhapress

Publicado em 29/06/2018 às 08:00

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Marcelo e os demais jogadores do Brasil estão há algumas semanas em constante deslocamento / André Mourão/MoWa Press

Marcelo deixou a partida da seleção brasileira contra a Sérvia, na última quarta-feira, logo aos 9min de jogo, depois de tentar uma arrancada na lateral de campo. De acordo com Rodrigo Lasmar, médico da seleção, o lateral sofreu um espasmo na musculatura estabilizadora da coluna. Um dos causadores do incômodo, segundo ele, teria sido o colchão em que o jogador dormiu em Moscou, onde a delegação se hospedou nas duas noites anteriores ao duelo.

A declaração de Lasmar indicando o colchão como possível vilão despertou curiosidade sobre o tema. E, segundo especialistas, a simples mudança permanente de colchões, causada pelos deslocamentos da seleção durante a Copa do Mundo, pode, sim, ter originado o problema de Marcelo.

"Ele provavelmente mudou de colchão várias vezes. Somado a isso, tem o deslocamento entre cidades, o estresse, os treinamentos, as viagens de avião. Tudo isso contribui. Ter dor nas costas é relativamente comum e são vários os fatores. O colchão é um deles", explicou o médico ortopedista Alexandre Fogaça, especialista em coluna do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, de São Paulo.

De fato, Marcelo e os demais jogadores do Brasil estão há algumas semanas em constante deslocamento. Por ter disputado a final da Liga dos Campeões, o lateral se apresentou por último à seleção, assim como Casemiro, no dia 30 de maio. Em pouco mais de quatro semanas, ele dormiu em sete cidades.

Na fase pré-Rússia, Marcelo passou nove noites em Londres, duas em Liverpool (ambas na Inglaterra) e duas em Viena (Áustria). Após o amistoso contra os austríacos, o time embarcou para Sochi, sua base em território russo. A partir de então, foram 12 noites em Sochi, duas em Rostov, duas em São Petersburgo e duas em Moscou, palco do jogo diante dos sérvios.

"Se a pessoa dorme normalmente em um colchão mais firme e muda para um mais macio, a coluna vertebral dele muda de posição junto com a musculatura. Essa mudança varia a pressão nas artérias e causa a dor", opinou João Flávio Nogueira Andrade, vice-presidente da região sudeste da Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões).

Soma-se a isso os deslocamentos em avião e trem (no trecho Londres-Liverpool), o desgaste físico de treinos e jogos e a pressão envolvendo a Copa. Contra a Sérvia, por exemplo, uma derrota poderia ter eliminado o Brasil.

Duro ou macio?

Diferentes materiais são usados nos colchões disponíveis no mercado (mola, espuma, látex). Para o ortopedista Alexandre Fogaça, a saída mais saudável na escolha de um colchão é uma opção intermediária.
"Se o colchão for muito duro, não vai se adequar às entrâncias do corpo. Se ele for muito mole, ele afunda na região da bacia e a coluna fica torta", argumentou.

Bélgica

A preocupação com problemas nas costas fez com que a Bélgica tomasse uma medida radical na preparação para a Copa do Mundo. A equipe europeia levou colchões próprios e adequados às particularidades de cada um dos 23 atletas convocados. Para isso, os jogadores foram mapeados, sendo aferidos peso, altura, estrutura corporal, além da preferência de posição na hora de dormir.

Embora tenha saído logo no início do jogo, Marcelo saiu caminhando normalmente do estádio em Moscou e publicou em suas redes sociais uma mensagem de otimismo, dizendo que não demora a voltar. Nesta quinta-feira, a CBF afirmou que o lateral apresentou "boa melhora", mas ainda não precisou uma data para retorno às atividades normais com os demais jogadores.

Classificado às oitavas de final como líder do grupo E, o Brasil decide seu futuro na Copa às 11h (de Brasília) desta segunda-feira, contra o México, em Samara.

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