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País tem 12 milhões de desempregados

O resultado representa um aumento de 36,6% em relação ao mesmo período de 2015, o equivalente a 3,220 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga

Estadão Conteúdo

Publicado em 01/10/2016 às 08:30

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O País já tem mais de 12 milhões de pessoas na fila do desemprego / Divulgação

O País já tem mais de 12 milhões de pessoas na fila do desemprego, patamar recorde dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa um aumento de 36,6% em relação ao mesmo período de 2015, o equivalente a 3,220 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga. A taxa de desocupação alcançou o pico de 11,8% no trimestre fechado em agosto.

"Somando do momento que começou a crise, há dois anos, já são 5,2 milhões de pessoas desocupadas a mais", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Contrariando uma tendência sazonal de melhora nos últimos meses do ano, a taxa de desemprego apresenta deterioração contínua desde o fim de 2014. O resultado atual poderia ter sido ainda pior, não fosse o aumento de 1,3% na população inativa no trimestre encerrado em agosto ante o mesmo período de 2015. Mas o fenômeno pode estar ligado ao avanço no desalento, pessoas que deixam de procurar emprego porque acreditam que não conseguiriam uma vaga.

"O quadro que pode estar levando a isso é o aumento do desalento, mas a gente não tem certeza", disse Cimar Azeredo.

No período de um ano, 809 mil brasileiros optaram por deixar a força de trabalho.

"No início da crise, a PEA (população economicamente ativa) aumentou com as pessoas procurando emprego, mas não estão encontrando e estão começando a desistir", avaliou economista da Go Associados, Luiz Castelli.

Informais

Mesmo com a desistência de milhares de pessoas em participar do mercado de trabalho, a taxa de desemprego pode continuar avançando, devido à perda de capacidade de atividades informais em absorver os trabalhadores com carteira assinada que estão sendo demitidos.

"A forte contração do contingente de empregados no setor privado com carteira assinada (-1,4 milhão) não tem mais sido contrabalanceada pelo crescimento das ocupações tradicionalmente ligadas à informalidade, como conta própria (86 mil) e trabalhadores domésticos (84 mil)", apontaram os analistas Rafael Bacciotti e Thiago Xavier, da Tendências Consultoria Integrada.

Desde que a situação do mercado de trabalho começou a piorar, quem perdia o emprego dava um jeito de continuar trabalhando em condições mais precárias, sobretudo na informalidade, com renda menor. Era essa perda de estabilidade e de poder aquisitivo que acabava incentivando outros integrantes da família a procurar uma vaga para ajudar a compor a renda domiciliar. A taxa de desemprego aumentava por causa da maior procura por trabalho, enquanto que as atividades informais absorviam os demitidos da formalidade.

Nessa época do ano, a indústria tradicionalmente começa as contratações para dar conta de um aumento na produção, estimulado pelas encomendas do comércio para o Natal. No entanto, o setor permanece demitindo. Em um ano, a indústria já demitiu 1,420 milhão de trabalhadores. "Se a economia não vai bem, o mercado de trabalho vai responder negativamente", completou Azeredo.

O IBGE passará a divulgar as medidas de subutilização da mão de obra a partir de outubro, com dados sobre desalento e insuficiência de horas trabalhadas, medidos pela Pnad Contínua. A primeira divulgação será no próximo dia 13. "São medidas que complementam a taxa de desocupação", disse Azeredo.

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