28 de Março de 2024 • 09:50
Brasil
Cristian Wittmann diz que a mudança desse paradigma para que fosse reconhecido o impacto humanitário das bombas nucleares foi a maior dificuldade da campanha
Cristian Wittmann ao ladodo embaixador do Brasil na ONU, Antônio Patriota / Arquivo Pessoal
Cristian Wittmann, 34, único brasileiro a participar do comitê gestor da Ican (Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares), afirma que o prêmio Nobel da Paz para a organização e o tratado internacional que proíbe armamentos nucleares tiveram sucesso em mobilizar a opinião pública e mudar o paradigma de que há nações que podem esse tipo de arsenal e outras que não.
"Desde a Guerra Fria fomos educados a aceitar que há alguns países bons o suficiente para ter armas nucleares e outros não", diz ele, que é professor da Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul, e atua desde 2004 na área de desarmamento humanitário. "Mas não existem 'mãos limpas' para ter essas armas."
Wittmann diz que a mudança desse paradigma para que fosse reconhecido o impacto humanitário das bombas nucleares foi a maior dificuldade da campanha.
"As armas nucleares foram as últimas armas de destruição em massa a se tornarem ilegais", afirma ele, para quem a mobilização da sociedade civil e a aprovação do tratado internacional tiveram sucesso em reativar o debate em torno das armas nucleares. "Os países [que têm essas armas] não podem mais nos ignorar", diz.
O especialista diz que o regime de não-proliferação, que vigorou até a assinatura do recente tratado internacional, acabava por fomentar que mais países desejassem ter armamentos nucleares. "O fato de alguns países não abrirem mão das bombas nucleares acabou levando mais nações a terem esse tipo de arma", afirma Wittmann.
Ele representa a Rede Latinoamericana de Segurança Humana no comitê gestor do Ican, composto por representantes de dez entidades.
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