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Doria e Alckmin vão reajustar ônibus e metrô para R$ 4, abaixo da inflação

O reajuste ocorre dois anos após o último aumento da tarifa comum, em janeiro de 2016

Folhapress

Publicado em 28/12/2017 às 15:51

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O preço do ônibus e do metrô irá para R$ 4 em São Paulo / Divulgação/Fotos Públicas

A tarifa de ônibus em São Paulo passará a custar R$ 4 em 2018. O valor foi decidido nesta quarta-feira (27) e deverá entrar em vigor em 7 de janeiro. O aumento deve ser seguido pelo metrô e pelos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

O reajuste de 5,26% ficará abaixo da inflação acumulada desde a data do último aumento, em janeiro de 2016: 8,9¨% do IPC-A (IBGE) e 8,4% do IPC-SP (FIPE).

O reajuste ocorre dois anos após o último aumento da tarifa comum, em janeiro de 2016, quando o então prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) subiram o preço de R$ 3,50 para R$ 3,80.

Em abril deste ano, porém, já na gestão João Doria (PSDB), houve alta na integração, para quem utiliza conjuntamente metrô, trem e ônibus na capital paulista (de R$ 5,92 para R$ 6,80). O prefeito também subiu o valor dos bilhetes diário (de R$ 16 para R$ 20) e mensal (de R$ 230 para R$ 300), acima da inflação.

Esses reajustes foram a saída encontrada pelo governo do Estado e prefeitura para cumprir uma promessa de Doria, que em seu terceiro dia de mandato garantiu que as tarifas de ônibus seriam congeladas em 2017.

A Justiça chegou a suspender os aumentos, apontando que pessoas que moram em locais mais distantes seriam mais prejudicadas. Uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), porém, os liberou.

Doria já havia afirmado à Folha de S.Paulo, no último dia 20, que a tarifa de ônibus seria reajustada. "Para 2018, já teremos um ano de crescimento econômico. Consequentemente, redução gradual de desemprego. E nós temos que fazer uma atualização tarifária", disse na ocasião.

Nesta quarta, Alckmin também confirmou o aumento das passagens do metrô e dos trens da CPTM para 2018, mas não deu data nem o valor do reajuste.

"Tem que ter [aumento]. Já há um subsídio muito alto. Será o mínimo necessário. Mas isso é decidido pelas empresas do governo, Metrô, CPTM, EMTU [Empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos], junto com a prefeitura, porque você tem o Bilhete Único", disse.

Histórico

Desde o ano de 2000, a cidade de São Paulo passou por sete reajustes nas tarifas de ônibus -dois deles no mesmo nível da inflação acumulada desde o aumento anterior, três abaixo e dois acima.

A conta não inclui o ajuste anunciado por Haddad em junho de 2013, de R$ 3 para R$ 3,20, porque ele foi revertido após intensos protestos.

É comum que governo do Estado e prefeitura congelem o preço das passagens em anos eleitorais. No período mencionado, seis dos nove anos com eleições municipais ou estaduais não tiveram alta nas tarifas.

O congelamento dos valores, assim como aumentos abaixo da inflação, fazem com que os subsídios da prefeitura ao sistema cresçam.

Os subsídios são a verba que o município repassa às empresas de ônibus mensalmente para compensar congelamentos e benefícios dados a parte da população, como idosos, pessoas com deficiência e estudantes. Esse repasse atingiu R$ 2,75 bilhões de janeiro a novembro deste ano, o equivalente a 40% dos custos do sistema.

A assessoria do metrô e da CPTM foram procuradas por telefone para confirmar o valor, mas ninguém atendeu as ligações da reportagem.

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