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Dez alunas denunciam professor de universidade por crimes sexuais

Os relatos à polícia revelam que o professor acariciava e tocava as partes íntimas das alunas durante as orientações. As vítimas ainda contam que o professor relativizava as situações argumentando que era uma pessoa importante.

Estadão Conteúdo

Publicado em 31/03/2018 às 17:06

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Pelo menos dez alunas da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) denunciaram um professor de História por abuso sexual e estupro. / Fotos Públicas

Pelo menos dez alunas da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) denunciaram um professor de História por abuso sexual e estupro. Os casos vieram à tona depois que uma delas registrou boletim de ocorrência, no final de fevereiro, alegando ter sido estuprada pelo docente na casa dele.

Na sequência, outras nove alunas do mesmo professor procuraram a polícia e relataram abusos cometidos dentro da instituição. Os últimos três casos foram registrados na quinta-feira, 29. A universidade abriu uma sindicância interna e o professor pediu afastamento por razões médicas.

O delegado Paulo de Deus, da 6ª Delegacia de Polícia da Capital, diz que os relatos das novas vítimas são parecidos com os depoimentos já colhidos e que os indícios apontam para prática de assédio sexual, com pena prevista de um a dois anos. 

Já o caso de estupro, o primeiro a ser denunciado, teve inquérito encaminhado à Delegacia de Palhoça, município da Grande Florianópolis onde teria ocorrido o fato. Nesse caso, se condenado, o professor pode pegar de seis a 12 anos de prisão em regime fechado.

A advogada Isadora Tavares, que representa nove das dez supostas vítimas, conta que após a denúncia por estupro as alunas começaram a conversar entre si sobre o assunto e descobriram que o professor mantinha postura semelhante com diversas alunas na sala de orientação pedagógica, momento em que ficava sozinho com elas.

"Várias delas perceberam que tinham sofrido algum tipo de assédio sexual, mas como tudo isso ocorria quando estavam sozinhas com ele achavam que poderia ser uma coisa mais pessoal e não comentavam isso entre elas", disse Isadora Tavares.

Os relatos à polícia revelam que o professor acariciava e tocava as partes íntimas das alunas durante as orientações. As vítimas ainda contam que o professor relativizava as situações argumentando que era uma pessoa importante, mas que as alunas não davam valor ao tempo em que tinham para ficar com ele.

Após as denúncias, todas as alunas do projeto de pesquisa ligado ao professor anunciaram a saída do grupo acadêmico. Elas também realizaram um ato, em frente à universidade, onde cobraram medidas da reitoria contra os abusos dentro da instituição. Cartazes foram espalhados pelo centro da cidade cobrando que as mulheres denunciem os casos de abusos sofridos na instituição.

A Udesc se manifestou por meio de nota e informou a abertura de uma sindicância que será conduzida pela Procuradoria-Geral do Estado. Segundo a universidade, as providências serão tomadas após a conclusão da investigação.

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