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Câncer em pets: como prevenir e tratar

Avanços na Oncologia Veterinária facilitam cura e controle da doença

Da Reportagem

Publicado em 15/10/2018 às 19:02

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Tutores devem ficar atentos a qualquer anormalidade, como presença de nódulos / Divulgação

Nos meses de outubro e novembro há uma intensa mobilização da sociedade na luta contra o câncer. Mas a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce não vale apenas para os seres humanos. O câncer exige atenção e cuidados especiais também com os pets.

As neoplasias estão entre as principais causas de morte de animais domésticos. Dentre os tumores mais frequentes atualmente estão os de glândula mamária, os de pele e os relacionados com o sistema hematopoiético (ligados ao sistema imunológico), conforme explica o médico-veterinário oncologista Dr. Rodrigo Ubukata, membro do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Além de fatores genéticos e moleculares, o ambiente no qual o animal está inserido, o contato com substâncias tóxicas, as alterações do sistema imunológico e os processos inflamatórios crônicos podem ser fatores desencadeantes do câncer. "Hoje sabemos que o câncer é uma doença multifatorial e ainda é muito difícil determinar o que leva cada paciente a desenvolver a doença" diz Ubukata.

Medidas de prevenção podem e devem ser adotadas pelos tutores. Isso inclui avaliações periódicas com um médico-veterinário, mesmo que o animal aparente estar saudável. "Conforme os animais vão ficando mais velhos é importante intensificar as visitas clínicas", orienta Dr. Rodrigo Ubukata. Ele ressalta ainda que a castração precoce de cadelas e gatas é um dos métodos mais eficazes para reduzir a incidência de tumores mamários, bem como de tumores venéreos transmissíveis (TVT) tanto em machos quanto em fêmeas.

Os tutores devem ficar atentos a qualquer anormalidade, como presença de nódulos, feridas que não cicatrizam, sangramentos, odores estranhos, dificuldades para urinar ou evacuar, tosses/espirros sem causas aparentes, emagrecimento, perda de apetite, etc. Esses sintomas são comuns a várias doenças, inclusive ao câncer.

O diagnóstico varia de acordo com as suspeitas e com o tipo do tumor. De um modo geral, envolve entrevista médica-veterinária (anamnese), exames físicos, exames laboratoriais (de sangue, de urina, citologias, bioquímicos etc) e exames de imagem (radiografias, ultrassonografias, tomografias computadorizada e ressonâncias magnéticas). "Exames histopatológicos, imunoistoquímicos e moleculares normalmente são necessários para conclusão do diagnóstico", observa Ubukata.

Tratamentos cada vez mais eficazes e com menos efeitos colaterais

A partir do diagnóstico, é possível identificar o tipo de câncer e, então, definir o melhor tratamento para o animal. Segundo Rodrigo Ubukata "nenhum tratamento é igual ao outro, pois os tumores variam entre si e também entre os pacientes, de acordo com o estágio da doença e sua manifestação."

A terapêutica se desenvolveu bastante nos últimos anos. Dentre os avanços, Ubukata cita as novas técnicas e modalidades cirúrgicas e anestésicas, que oferecem resultados melhores e diminuem os riscos aos pacientes; as novas quimioterapias antineoplásicas; as radioterapias (aceleradores lineares), que estão cada vez mais eficientes; as terapias alvo e a imunoterapia com substâncias que promovem a estimulação do sistema imunológico.

Com a mudança da relação homem-animal, as pessoas estão mais sensibilizadas e motivadas a tratarem seus pets que hoje são considerados parte da família. "Nessa minha trajetória de quase 20 anos dedicados exclusivamente à Oncologia Veterinária já vi muitos tutores fazerem de tudo pelos seus animais, até irem para outros países para fazer tratamentos que não existiam aqui ou venderem seus bens para custear determinada terapêutica", relata Ubukata.

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