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Caminhoneiros dizem não se sentir representados em acordo e que greve persiste

As horas seguintes apenas confirmaram isso, inclusive com a ampliação de protestos em alguns estados, como Paraná e Santa Catarina

Folhapress

Publicado em 25/05/2018 às 09:54

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PRF escolta carga de combustível para aviação / Fernando Oliveira/PRF/Divulgação

Nas rodovias do país, a insatisfação toma conta dos caminhoneiros autônomos que mantêm o movimento grevista nesta sexta-feira (25), mesmo após o anúncio de acordo feito na noite de quinta (24) em Brasília.

Após a divulgação do acordo, se sabia que possivelmente o movimento não seria interrompido em sua totalidade, já que uma fração dos representantes da categoria demonstrou descontentamento com o documento do governo.

As horas seguintes apenas confirmaram isso, inclusive com a ampliação de protestos em alguns estados, como Paraná e Santa Catarina.

"Nada chegou para nós, não estávamos na reunião e o que foi decidido não é a vontade de todos", disse o caminhoneiro Waldemar Oliveira, que participa do protesto no porto de Paranaguá (PR), iniciado às 6h da última segunda-feira (21). O local tem interdição de meia pista, segundo grevistas e a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

No rodoanel, em São Paulo, caminhoneiros também alegam que "nada chegou" para eles das lideranças do movimento grevista e que as conversas com o governo federal não tiveram participação deles.

O discurso se repete na região do porto de Santos, que segue bloqueada por caminhoneiros que alegam que não se sentiram representados pelas entidades presentes à reunião em Brasília.

O mesmo acontece no interior paulista. Em Ribeirão Preto, manifestantes instalados no entorno do terminal de petróleo da cidade dizem que não tiveram nenhum tipo de participação no acordo na capital federal.

"Não adianta ser do jeito que foi, o governo só quer ganhar tempo e ver se nossos protestos perdem força", disse o caminhoneiro João Cardoso dos Santos.

Um grupo com motoristas de Ribeirão e cidades da região se reveza há pelo menos dois dias no local, que fica na rodovia Alexandre Balbo. Os caminhões estão sendo impedidos por eles de entrarem ou saírem do local, exceto se tiverem combustível para abastecer ambulâncias.

Com faixas como "O transporte pede socorro" e "Sem caminhão, o Brasil para", os caminhoneiros têm se organizado por meio de grupos no Whatsapp e dizem que a revolta é geral.

Na madrugada desta sexta-feira (25), a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) informou que está elaborando documento oficial sobre a reunião com o governo "para enviar inclusive às lideranças dos caminhoneiros no país".

A avaliação de pessoas próximas às lideranças dos caminhoneiros autônomos é a de que algumas entidades deixaram o encontro com o governo insatisfeitos, mas entendendo que o acordo foi a saída para evitar o agravamento do desabastecimento.

COMO ESTÁ, FICA

Os grupos de trocas de mensagem entre caminhoneiros mudaram as fotos na noite desta quinta para uma em que diz "a greve continua", após o anúncio do acordo do governo com oito entidades da categoria. Os motoristas autônomos disseram que não deixarão as rodovias.

"Os supostos sindicatos que estão negociando não representam os caminhoneiros que estão na rua", disse o motorista Aguinaldo José de Oliveira, 40, que trabalha com transportes há 22 anos e para quem o movimento não tem um líder específico.

"São uns aproveitadores que não falaram com a gente antes da greve e chegaram agora, quando já estava tudo parado", afirma o caminhoneiro que está na avenida Anhanguera, em Campinas. "Nos mais de 30 grupos de WhatsApp que participo, ninguém aceitou esse acordo."

Segundo ele, os caminhoneiros pretendem manter a paralisação porque o acordo não atinge as suas principais reivindicações. "São 14 itens que a gente nem conhece. O principal é a redução do diesel, mas não essa esmola temporária de 15 centavos."

Segundo o documento, o governo irá manter a redução de 10% do valor do diesel nos próximos 30 dias.

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